terça-feira, 26 de abril de 2011

Sem palavras para este texto.

Fonte: Morte aos Maconhistas!

Nada contra as pessoas que fazem uso da maconha para fins recreativos. O que me deixa puto são aqueles que bolam teorias mirabolantes para justifcar um prazer.

Não tenho nada contra e até respeito a escolha das pessoas que gostam de fazer uso da maconha para fins recreativos. E olha que é difícil falar esse “não tenho nada contra” sem estar reservando um preconceituoso “porém” mais à frente no argumento, mas é isso mesmo. Ficar doidão é maneiro pra caramba, estimula a criatividade e faz crescer. Os egípcios, fenícios, astecas ou qualquer outra civilização pré-Jimi Hendrix já fazia uso de substâncias ilícitas para aditivar a vida, por isso maconha não é nenhum bicho de sete cabeças e ninguém vai parar de fumar porque a TFP diz que é feio.
Mas o que me deixa puto é que os usuários mais “mal resolvidos” ficam querendo justificar algo que não precisa de justificativa. A insegurança de quem não sabe ainda o que quer, ou não tem moral para assumir uma fraqueza humana e acaba inventando um monte de ideologias por trás de um ato que se resume à busca do prazer imediato. Prefiro mil noites ao lado de um maconheiro tocando Raul Seixas num violão desafinado do que meia hora ao lado de um “maconheiro ideológico”.
O “maconheiro ideológico”, ou "maconhista", é uma criatura que subverte toda a lógica de nossa sociedade apenas para enobrecer o ato de queimar uma brenfa. Para ele nada é mais puro e natural do que a maconha e o primeiro grande inimigo que ele crucifica é o cigarro. O cigarro, segundo seu argumento de defesa, é um instrumento da morte. Cigarro dá câncer e maconha é terapêutica. “O cigarro mata e é legalizado, a maconha cura e é ilegal! Que absurdo!”
Onde já se viu? Falar mal do cigarro e bem da maconha... O cigarro vem do tabaco, que é uma planta tão natural quanto a cannabis. Aí nego vem me dizer que é diferente, que a Philip Morris enche o tabaco de agentes químicos e é isso que faz mal. Mas aí eu digo: vocês já fumaram cigarro de tabaco natural, enrolado na hora? É uma merda! A química cancerígena é para deixar mais gostoso e pouco importa se o custo desse prazer adicional é uma morte precoce. E eu aposto com qualquer um que no dia em que a maconha sair da ilegalidade e a Philip Morris se encarregar da fabricação de baseados com muita química, não vai existir nenhuma fumaça mais aromática e deliciosa do que a do “Marlboro Cannabis”. Já pensou? Uma maconha devidamente plantada, com os pesticidas e adubos corretos, misturada em tonéis reluzentes de aço inoxidável com várias cetonas, propis e isopropis... Depois de experimentar um desses, nenhum maconheiro se contentaria mais com essa grama seca misturada com bosta de vaca que esses amadores vendem por aí. E o dia que a Monsanto fizer sementes de maconha geneticamente modificadas (eu sei que já faz, mas digo em escala comercial)? Não vai ter ninguém fazendo passeata contra transgênicos depois de experimentar a melhor onda de sua vida. Por que? Porque tudo se resume a prazer, não a ideologia.
Mas de longe o que mais curto é ver um “maconheiro ideológico” defendendo os interesses nacionais. Para acabar com a sua gigantesca larica, ele nunca vai ao McDonald´s ou toma Coca-Cola. Ele prefere comer na carrocinha de cachorro quente da esquina, pois é bem melhor do que financiar mega-corporações imperialistas que são instrumentos de dominação econômica e cultural.
Impressionante a capacidade de abstração de um maluco desses. Ele consegue imaginar os R$4,80 que ele pagou num Big Mac sendo convertidos em dólares e voando até o hemisfério norte, onde pagam um bilionésimo do novo iate de 50 pés que o Ronald acaba de comprar. Por trás de dois hambúrgueres, alface, queijo, molho especial, cebola, picles e um pão com gergelim reside a miséria do terceiro mundo.
O engraçado é que em 90% dos casos esse é o mesmo tipo de pessoa que dá um pinote para se defender quando alguém argumenta que o dinheiro do baseado dele financia a violência. “Nada disso! Uma trouxinha de maconha não paga nada! Quem financia a violência são os poderosos, que nunca aparecem e moram em coberturas de frente para a praia!”
Porra, como o iate do Ronald é visível e o munição do fuzil não é?
Trabalhar tostando “pão com gergelim”, que é uma das poucas opções que o moleque da favela tem para não ser bandido, é o instrumento de uma exploração vergonhosa. Já a trouxinha é uma opção consciente, pois a bala que está ali naquele fuzil não é comprada com os Reais do maconheiro politizado.
Já está na hora de despolitizar o prazer. Senão, daqui a pouco, vai ter alcoólatra dizendo que financia o crescimento do país com o IPI abusivo que ele paga nas garrafas de cachaça e adolescentes obesos falando que os milhares de Big Mac´s que comem por ano geram uma dúzia de empregos para jovens carentes. É muito bonito argumentar em prol de um vício, feio é admitir que a razão de tudo não passa de uma fraqueza na carne.

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